sexta-feira, 25 de junho de 2010

O Evangelho do Reino - Parte III






Na última parte de nosso estudo, vimos que o ato praticado pelo homem foi muito mais sério do que nos ensinaram. A prática daquela rebeldia foi a aceitação por parte do homem ao projeto satânico.
A humanidade não só escolheu se voltar contra o seu Criador, como também, havia trocado de senhor, ou seja, a partir da escolha, o seu soberano seria o PECADO E NÃO MAIS DEUS (Ef 2.1-3; Rm 5.12-14; Rm 6.17-18; I Jo 3.7-10; I Jo 5.19). E com isso, o homem, abandonou o projeto original pelo qual Deus o havia criado: SER A SUA EXPRESSÃO DE GLÓRIA E CARÁTER NA TERRA (Gn 1.26-31; Gn 2.7,8,15, 18-25).
Com o caráter (natureza humana) deturpado e a consciência desvirtuada (pesada, subjugada, sem o foco em Deus), a humanidade estava perdida e levada à própria sorte.
Por mais que Deus tenha encontrado justiça em Noé (Gn 6.8) e dado livramento aos seus (Gn 6.13-22; 7.1-16), a geração subsequente, fora tão má, perversa, e diabólica quanto à anterior. Isso é plenamente claro ao analisarmos as Escrituras (Gn 10;11). E podemos concluir que o problema maior da humanidade é o seu caráter que se corrompeu.

A Lei Mosaica determinava que sem derramamento de sangue não poderia haver remissão (libertação, livramento, pagamento de dívida para livrar de escravidão) de pecados (Ex 23.4-8; Lv 6.1-7; Lv 16.11; Hb 9.16-22). E o sumo sacerdote, uma vez por ano, oferecia sacrifício de UM CORDEIRO, PURO, BRANQUINHO, SEM NENHUMA MANCHA, por si mesmo, e pelos pecados de todo o povo (Lv 16.34; Hb 9.6-7).
Por isso, disse no estudo anterior, que o plano divino dado a Moisés para livramento dos israelitas no Egito por parte do Destruidor que haveria de vir, prefigura uma redenção maior e eterna, que já estava no plano de Deus.
O Fato era: Seria necessário o sacrifício de um cordeiro puro, sem mancha, perfeito, para a redenção de toda a humanidade como pagamento substitutivo por todos os seus pecados. Pois, o propósito do sacrificar animais, era a substituição dele pelo pecador, a vida do animal, pela vida daquele que havia pecado.

O Sumo sacerdote era quem deveria apontar, escolher o cordeiro para o sacrifício anual pelos pecados dele próprio, e pelos de todo o povo (Lv 16.34; Hb 9.6-7); pois seria o mesmo quem deveria fazer o holocausto.
No Novo Testamento, mais precisamente no Evangelho de Lucas 3.1-3, diz: "No décimo quinto ano do reinado de Tibério Cesar, sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia; Herodes, tetrarca da Galiléia; seu irmão Filipe, tetrarca da Ituréia e Traconites; e Lisânias, tetrarca de Abilene; sendo Anás e Caifás, SUMOS SACERDOTES, VEIO A PALAVRA DE DEUS A JOÃO, FILHO DE ZACARIAS, NO DESERTO. E ele percorreu toda a região ao redor do rio Jordão, pregando o batismo de arrependimento para remissão de pecados".

Esse texto é intrigante, pelo seguinte, ele nos dá a folha de pagamento do Imperador em exercício da época, Tibério César. E nessa folha de pagamento, vemos logo após se discorrerem toda a parte política, governamental do reino, a parte religiosa, pois Israel era um governo politico-religioso, se nos apresentarem dois sumos sacerdotes: Anás e Caifás. E eu pergunto. Porque este texto é intrigante? Porque mesmo tendo dois sumos sacerdotes, vemos que Deus vai falar a um homem no deserto e não no templo como era de praxe pela Lei?
Eu vou explicar. A Lei determinava que só poderia haver um sumo sacerdote e este deveria obrigatoriamente, ser da linhagem direta de Arão, o primeiro sumo sacerdote (Ex 28.1-4; 29.4-9; Lv 8.1-13; Lv 9.1-9; Nm 3.32; I Cr 23.13). Lucas nessa passagem, está fazendo uma denúncia de que estava havendo uma deturpação da Lei.
Em Lc 1.5-9, está escrito: "Nos dias de Herodes, rei da Judéia, havia UM SACERDOTE CHAMADO ZACARIAS, DA CLASSE DE ABIAS (Descendente de um dos filhos de Arão). Sua esposa, DESCENDENTE DE ARÃO, se chamava Isabel. E ELES ERAM JUSTOS DIANTE DE DEUS E VIVIAM IRREPREENSÍVELMENTE EM TODOS OS MANDAMENTOS E PRECEITOS DO SENHOR. Não tinham filhos, porque Isabel era estéril; e ambos eram de idade avançada. Quando ele estava exercendo o sacerdócio diante de Deus, no turno de sua classe, conforme o costume sacerdotal, coube-lhe por sorte entrar no santuário do Senhor para queimar o incenso". Logo após este fato, um anjo do Senhor aparece a Zacarias e lhe diz: "Apareceu-lhe um anjo do Senhor, em pé, à direita do altar do incenso. Quando Zacarias o viu, ficou perturbado e foi tomado de temor. Mas o anjo lhe disse: Não temas Zacarias, porque tua oração foi ouvida. Isabel, tua esposa, te dará um filho, a quem porás o nome de João. Terás prazer e alegria, e muitos se alegrarão com seu nascimento, porque ele será grande diante do Senhor. Não beberá vinho e nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo desde o ventre de sua mãe. E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus. Ele irá adiante do Senhor, no espírito e poder de Elias, para converter o coração dos pais a seus filhos, e os desobedientes à prudência dos justos, para preparar um povo para o Senhor" (Lc 1.11-17).
Agora podemos entender porque Deus falou com João Batista no deserto. Ele por justiça era o sumo sacerdote, pois cumpria de modo cabal a tradição sacerdotal por parte paterna e materna.
Em Jo 1.29-32, João Batista, como sumo sacerdote que era e como tal deveria apontar o cordeiro que deveria ser imolado, afirma: "No dia seguinte, João viu a Jesus se aproximando dele e disse: EIS O CORDEIRO DE DEUS QUE TIRA O PECADO DO MUNDO!!! Este é aquele de quem me referi, dizendo que aquele que vem depois de mim é antes de mim, porque já existia antes de mim. Eu mesmo não o conhecia, mas por isso vim batizando em água: para que ele fosse manisfestado a Israel. João testemunhou, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele".

João declarou o destino de Jesus: O CORDEIRO QUE SERIA SACRIFICADO PARA TIRAR O PECADO DE TODO O MUNDO!!!

E por isso, também, podemos compreender o porquê do Senhor Jesus não ter nascido de cópula sexual normal como todos os demais, porque se fosse assim, ele não seria puro, são, e receberia a herança da natureza pecaminosa de Adão. Por isso como já dizia a profecia de Isaías acerca dele: "A virgem conceberá e dará à luz um filho, e chamará o seu nome EMANUEL" (Is 7.14). Portanto vemos em Maria, o cumprimento dessa profecia e promessa (Lc 1.26-38).
Por isso João Batista foi chamado grande, porque além de dividir a passagem de uma aliança para outra, ser o último sumo sacerdote da antiga alinça, ter preparado o caminho para a perfeita e eterna redenção em Cristo, ainda teve a honra de apontar o Cordeiro puro, santo, perfeito, o CORDEIRO DE DEUS QUE TIRA O PECADO DO MUNDO!!!!


CONTINUA......

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